
Esses dias me lembrei da última vez que contei o que havia guardado só pra mim.
Aquelas coisas, sabe, que ninguém mais podia saber.
Meus medos, amores, defeitos e sonhos.
Foi naquele dia que te disse que confiava em ti de olhos fechados.
Lembra?
Lembra também que tempos depois tu me deixastes cair no abismo mais profundo do desespero?
Lembra daquele abraço frio e demagogo que me destes? Aquele último, lembra?!
Não te lembras, não é? Não te lembras porque dizes que nunca acontecestes, moça.
Não te lembras porque pensas que é dona da razão e que tudo e todos conspiram contra suas ideias.
Ah, sim... Ideias.
És o contrário do que eles querem, não é mesmo?
Não, não é.
Tu não faz ideia de como é enganada por elas mesmas.
Aliás, pensas ser o contrário mas é tão fútil quanto todas as outras.
Hipócrita.
Sim, H-I-P-Ó-C-R-I-T-A.
Fala tanto de respeito e humildade, mas não sabe nem o real significado do "não julgue para não ser julgado".
Ah, mas quem te acusaria, não é? És tão amigável, singela, matura...
Mas eles esquecem que a crueldade nem sempre é dita ou vista.
Ela é supérflua, moça. E como é...
Afinal, os poucos que ousam te dizer a verdade são tidos como maus.
Ah, pobres cruéis...
Sou uma deles, não é?
Ou vai me dizer que tuas lágrimas ou bicos são sinal de pura maturidade?
Fica enganando a si mesma tapando os ouvidos e se prendendo com os próprios pensamentos, os próprios preconceitos e princípios, que diga-se de passagem, nexo, veracidade e concisão não possuem.
Não digo que és má pessoa, és boa. Mas não sabe usar de bondade.
Tua vida é tão difícil, nem imagino como, aliás, sou tão boba e inexperiente. Não sei nada da vida. Não sei nada da tua vida...
E tu não sabes da minha, moça. Aliás, até sabe. Fui verdadeira até o fim. E ninguém percebeu. Tu não percebestes.
E não venha pensar que isto é uma indireta, ou falar de coragem pra mim. Não tem ao menos ideia do que é isso.
Este blog, isso tudo aqui, é só desabafo. Já não me importo mais com o que pensas.
Ah, não mesmo.
E quando veres isto tudo, espero que sinta, no vazio (porque a dor, fique grata por nunca conseguir senti-la, é incomparável.) de minhas palavras, o mesmo vazio que senti naquele abraço.
E ainda sinto,"moça". Ou devo chamá-la de amiga?
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