segunda-feira, 30 de julho de 2012
- sou uma ostra e 'Ponte Para Terabítia' destruiu minha vida
"Ostra feliz não faz pérola". Maldita frase que não sai da minha cabeça há dias, entretanto, me confundo com o motivo.
Mas, primeiro, vamos à sua explicação.
Li essa citação em uma de minhas redes sociais (provavelmente o Tumblr. Sim, desculpe-me, mas eu, velha de alma, sou apenas uma menina que vive de modernices), não lembro ao certo o autor (mentira, lembro sim, é Rubem Alves) mas a moral acabou por ser bem nítida.
"Ostras são moluscos, animais sem esqueleto, macias, que representam as delícias dos gastrônomos. Podem ser comidas cruas, com pingos de limão, paellas, sopas. Sem defesas – são animais mansos -, seriam uma presa fácil dos predadores. Para que isso não acontecesse, a sua sabedoria as ensinou a fazer casas, conchas duras, dentro das quais vivem. Pois havia num fundo de mar uma colônia de ostras, muitas ostras. Eram ostras felizes. Sabia-se que eram ostras felizes porque de dentro de suas conchas saía uma delicada melodia, música aquática, como se fosse um canto gregoriano, todas cantando a mesma música. Com uma exceção: de uma ostra solitária que fazia um solo solitário. Diferente da alegre música aquática, ela cantava um canto muito triste. As ostras felizes se riam dela e diziam: “Ela não sai da sua depressão…”. Não era depressão. Era dor. Pois um grão de areia havia entrado dentro de sua carne e doía, doía, doía. E ela não tinha jeito de se livrar dele, do grão de areia. Mas era possível livrar-se da dor. O seu corpo sabia que, para se livrar da dor que o grão de areia lhe provocava, em virtude de suas asperezas, arestas e pontas, bastava para envolvê-lo com uma substância lisa, brilhante e redonda. Assim, enquanto cantava seu canto triste, o seu corpo fazia o trabalho – por causa da dor que o grão de areia lhe causava. Um dia, passou por ali um pescador com o seu barco. Lançou a rede e toda a colônia de ostras, inclusive a sofredora, foi pescada. O pescador se alegrou, levou-as para casa e sua mulher fez uma deliciosa sopa de ostras. Deliciando-se com as ostras, de repente seus dentes bateram num objeto duro que estava dentro de uma ostra. Ele o tomou nos dedos e sorriu de felicidade: era uma pérola, uma linda pérola. Apenas a ostra sofredora fizera uma pérola. Ele tomou-a e deu-a de presente para a sua esposa."
Quis fazer minha própria versão de compreensão pra tentar desabafar com o caderno.
Se você, caro leitor, ainda não compreendeu totalmente, serei bem clara: os resultados notáveis surgem do sofrimento.
Adaptando à nós, talvez isso não posse ser generalizado, mas convenhamos, os finais trágicos criam pessoas notáveis. Não preciso nem citar grandes nomes, acho que já conheces gente como Cazuza, Renato Russo, Van Gogh por aí...
Fugindo um pouco das pessoas tristemente brilhantes, volto aos finais tristes. Lembro que o primeiro filme realmente dramático que assisti foi "Ponte para Terabítia". Posso dizer com toda certeza que esse filme destruiu todas as minhas fantasias, não só por marcar o pior dia da minha vida, mas também por marcar o dia em que a realidade encontrou meus sonhos de criança e contou toda verdade. Nesse dia, virei adolescente, uma das piores coisas que já me aconteceu, diga-se de passagem.
Mas, enfim, penso que o maior aprendizado que podemos tirar da vida, são os finais tristes, pois veja bem, ao final dela, morremos. A finalidade da vida é morrer. Simples assim.
Sem querer, sem saber porquê, simplesmente morremos.
E talvez, penso eu, a morte não seja lá tão trágica, talvez seja até uma libertação. A loucura da própria existência já é suficiente pra nos martirizar.
"Ostra feliz não faz pérola", ao contrário de mim, claro, que quando se deprime, fica a escrever estas merdas. Bom, pelo menos escrever o vazio que o falar não preenche faz as palavras tortas terem mais sentido do que percorrendo ouvidos que não ouvem.
Talvez, sejam essas minhas pérolas: minhas linhas.
Pérolas ruins e estúpidas.
Tanto quanto sua ostra.
domingo, 29 de julho de 2012
- Você sempre aparecendo

Fui na igreja hoje e rezei por você , é isso mesmo ! Quer dizer não é grande novidade porque rezo por você todos dias antes de adormecer . Bom , se realmente existe um Deus lá em cima já deve estar cansado de me ouvir falar sobre você e cansado de me ouvir pedindo pela tua proteção e pelo teu futuro .
Mas pensa comigo , todo ser humano precisa acreditar em algo maior , em algo grandioso e eu resolvi acreditar em Deus .
E assim que sai da igreja hoje e fui comer algo com os meus amigos , você pareceu lá .
Como é possível ? Você continua lindo e bobo como da primeira vez que vi você.
Fazia algum tempo que já não te via e esse tempo me fez bem . Durante ele pude acreditar que já havia te esquecido , que seu nome não fazia mais parte da minha vida , parte de mim . E mais uma vez ou melhor como sempre , me enganei .
Quando trocamos olhares enquanto eu saia daquela lanchonete , vi tudo ! Realmente tudo passou diante dos meus olhos .
Lembrei de você saindo do quarto de samba canção , com a caneca de café na mão cantando Legião Urbana .
Lembra das nossas manhãs ?
Primeiro todo aquela prazer e aquela troca de caricias e então depois o café da manhã a dois .
Hoje eu vi que não tem como facilmente esquecer isso . Mas eu acredito que o tempo ira se encarregar de te por apenas nas memorias e não mais nos sentimentos .
- natália , lembra de mim ?
terça-feira, 24 de julho de 2012
- cuidado com quem mora ao lado
Chovia.
Era um dia perfeito para sair do cômodo azul escuro e ir ver as gotas de chuva cortar o céu cinza ao som de uma boa música.
E Kaline sabia disso.
Enquanto a voz de Marcelo Camelo se adequava a melodia da casa, a menina e seu cigarro viam a chuva dançar.
Até que ele abriu o portão, entrando na casa que não era sua para se proteger do que tanto a fascinava. Alegava à ela ter perdido a chave.
Ela não reclamara, havia saído de seu transe chuvoso tão inesperadamente que mal pôde raciocinar que a presença de seu vizinho era demasiado irônica. Jogou a bituca fora.
De recepção, ela nada entendia, e ele, querendo manter-se seco em sua casa, não era lá um convidado muito cortês.
- Então, foi mal. Dá pra entrar em casa pelo corredor ali de fora?
- Olha, não sei. Acho meio impossível. Talvez seja melhor você ligar pr'um chaveiro e esperar aqui mesmo.
- Impossível como? - ele retrucou sem hesitar.
- Bom, você meio que precisaria ser um "ninja" pra passar por ali.
- Talvez eu possa ser.
- Duvido muito. - sua teimosia a irritava, aquilo era um desafio.
Querendo provar o erro de sua vizinha, Rafael se dirigiu à janela do quarto para observar o que supostamente poderia superar.
Bom, foi em vão.
Após Kaline apontar sua possível saída de fuga, Rafael, então, admitiu que jamais conseguiria.
Admitiu em partes, claro. Sua soberba não era tão confrontável quanto suas roupas um pouco molhadas, seria preciso um pouco mais.
Contrariado, pegou o catálogo velho que sua vizinha achara e discou o número do chaveiro. O serviço demoraria por conta da chuva; motivo que fez Rafael detesta-la mais ainda.
- Ah, eu adoro a chuva, - ela atreveu-se - tenho uma certa obsessão por ela.
- Pois hoje, tenho a odiado em particular, sabia? - revidou.
Seria uma briga das boas se não fosse pela introdução sedutora de "Samba A Dois" que ele percebeu.
- Olha, Los Hermanos... Já tinha te visto ouvir algumas vezes. Pelo menos, tu tens um certo bom gosto. - Era quase um elogio, se não viesse dele, claro.
- Com certeza. É só minha banda favorita. - ela disse apontando o rosto barbado em sua camiseta.
Ele, jogando um meio sorriso travesso, observou o corpo de Kaline, porém, agora, uma nova concepção passara por sua mente.
- Ficaria melhor em mim. Garanto. - seria outro desafio?
Ela riu. - Quer dizer que gostou da minha camiseta, é? Eu sei, ela é perfeita.
- Ficaria, se eu estivesse usando. Posso provar?
Não seria um pedido tão estranho se não fosse pelo olhar malicioso que ele exibia.
- Ah, pode. Só não acho que vá servir, sabe... - seu sorriso também mudara - Vou lá tirar, espera aí.
- Não precisa... - ele aproximou o rosto cautelosamente ao seu pescoço, degustando da apreensão que tomou conta das feições dela. Segurou a barra da camiseta cinza e sussurrou em seu ouvido: - Acho que eu mesmo posso tirá-la.
E pousou os lábios delicadamente sobre sua jugular.
Um arrepio percorreu a nuca de Kaline, suas mãos trêmulas procuravam por apoio mas só encontraram os ombros do rapaz que sorvia-lhe o colo, ao que as mãos dele invadiam e exploravam seu corpo por sob o pano das vestes.
- Sabe, - disse ele aproximando os lábios aos seus - tenho te observado já faz um tempo...
- Eu também tenho reparado em você. - ela interrompeu sussurrando.
- Bom, então... - ele deu um suspiro fingido - Acho que a gente podia, sei lá, se conhecer melhor... Mais de perto...?
O beijo dela respondeu tudo.
Seus corpos já embebecidos de lascívia, já se queriam inevitavelmente. A malícia do toque das peles e a cobiça que o beijo provocava, ao invés de saciar, só intensificava.
Já entregues às mãos da perdição humana, tiravam suas roupas e deitavam-se à cama no cômodo escuro.
O barulho da chuva aumentava tal qual quanto a líbido crescente entre eles.
Ainda possessos de competitividade, brigavam a fim de querer-se mais e mais. Ele a mordia, ela o arranhava.
Entre gemidos e suspiros, os corpos nus se entrelaçavam no anseio nocivo do proibido.
Ele pervertendo sua inocência, ela adorando a perdição em êxtase.
Por fim, ele satisfeito, passou a vestir suas roupas já secas de tanto esperar. Kaline estendida na cama sorria ao reparar o que acabara de fazer. Levantou-se e pôs-se a vestir também.
Pois é, o proibido fascinara tanto um quanto outro.
Rafael repara no chamado ao portão. A chuva havia parado e o chaveiro chegara.
Gritou para que o homem à porta esperasse.
Após um breve instante de reflexão e risos confusos, aproximou-se novamente ao ouvido de sua vizinha e a agradeceu pelo "abrigo afetuoso" que ela o dera.
- A propósito, - ele disse - qual é seu nome mesmo?
Bruna, vizinho também é fetiche.
segunda-feira, 16 de julho de 2012
- sem amor, finalmente.
Estava pensando o que estás a fazer agora.
Queria saber; não por saudade, nem dúvida; só porque ouvi teu nome e lembrei.
É mais agradável não pensar em ti a todo instante; finalmente consigo verbalizar como me sinto e me permitir a cometer erros.
Não me sinto bem, entretanto.
Não ainda.
Penso que, claro, não é por cultivar algum vestígio de sentimento, porém memórias. Nada de tristeza ou saudades, apenas memórias.
E é bom recordá-las. Tuas lembranças acabam servindo de analgésico pra essa melancolia que restou.
Digo analgésico pois o efeito é para tratamento prolongado. Se fosse anestésico, acabaria o efeito e o uso contínuo acabaria me viciando.
E me viciar em recordações tuas não é o resultado desejado.
Gosto de pensar em ti. Pensar no teu rosto me faz escrever textos bons, sorrir um pouco lembrando das bobagens que fazíamos juntos. Claro, quem não gosta de pensar em coisa boa? No entanto, apenas isso: apenas pensar. Agora, tuas recordações já não acarretam a sensação de solidão.
Nem saudade, repito.
De tanto te escrever esses dias, comecei a perceber o que estava acontecendo comigo. Antes, pensava que estaria eu perdendo o dom de amar, porém não perdi coisa alguma, apenas ganhei o dom de "não amar mais". Nem odiar, nem esquecer. Só não amar mais.
Dom que aprendi a muito custo; escrevendo linhas que tu nunca lerás.
Ou não, quem sabe? Ontem mesmo mostrei pra alguém um texto que jamais imaginei que seria lido.
Ah, a propósito, era alguém que tu não gostavas...
Mas, enfim, repito: quem sabe?
Sinceramente, sinto-me chegando ao fim de um sonho ruim. Após tanta luta e desespero, a adrenalina (ou sei lá o que) chega ao ápice e a gente acorda assustado. Mas, depois, o dia vai passando e o sonho a gente nem lembra mais.
Porém, como sempre, ainda tenho dúvidas se é duradouro e concreto. Tratando-se de mim, tu sabes, nada é limitado, vivo de recaídas. Mas dessa vez, será diferente. Ao menos, espero.
Bom, pelo menos a autossuficiência sentimental.
Já o vazio, não me incomodaria nada que passasse. Acabo por me sentir uma pedra e fico um tanto suscetível a mim mesma. O que é muito pior do que ficar suscetível a tuas lembranças.
Acho que no fundo, só não entendia o que não sentia pois ainda tinha medo de ficar a sós com meus delírios.
E com razão, não há nada pior do que ficar a mercê dos meus pesadelos.
Penso que tu sejas a maior prova disso.
- Bruna, com pena cumprida.
domingo, 15 de julho de 2012
- sim é pra você moço
Vejo balões em volta de mim , mas a festa acabou .
Está frio hoje mas já agasalhei meus pés .
Seu rosto me perseguiu hoje , por todos os lados até no meu quarto , onde são poucos os que têm direito a entrar .
Tinha grandes expectativas para você , para mim , para nós . Mas sem ser a primeira vez , me enganei a respeito de mais uma pessoa .
Que posso fazer não é ? Nada sou pra te julgar , muito menos te dizer o que fazer ou não . Ou mesmo por quem te deves apaixonar .
Nada sou , a não ser a última a sair da festa , como sempre .
Sempre me dizeram que o melhor fica para o final , mas começo a achar que é bem pelo contrario .
Estou aqui junto do chão sujo , os restos de bolo e os balões com os quais as crianças brincavam até umas horas atrás.
Mais uma vez , fiquei por último e sabe que mais ? Até comecei a me acostumar a essa ideia .
Minha hora não era com você , mas quem sabe não chega logo ?
Também mereço um parabéns !
Natália , a última
sexta-feira, 13 de julho de 2012
- pra guria de Portugal
"O professor faz a pergunta retórica pra sala:
- ... porque não existe masculino pra verbo. Por exemplo, qual é o masculino de rodar?
E ambas se nem se conhecer respondem:
- Rodo!"
Poxa, pequena, você também merece uma página minha.
Não que isso seja lá grande coisa (e não é), mas vou reservar umas linhas pra ti, juro que vou até caprichar na letra.
Sabe, nunca pensei que alguém que conheci tão aleatoriamente fosse fazer tanta diferença no modo em como aprendi a ver o mundo, muito menos alguém com jeito de forte e dura na queda, mas que no fundo, só precisa de carinho.
E não precisei ir muito longe pra perceber isso.
Claro, carinho previamente selecionado, pois não é qualquer um que ganha esse coração pintado de esperança. Porém, quem o ganha não faz ideia da preciosidade que tem em mãos.
Já te disse, lembra? Tu amas como poucos; tu tens a audácia de se apegar mesmo sabendo que pode não ser recompensada da mesma maneira.
Mas, te digo, não é nada em vão. Um dia alguém especial e suficientemente capaz há de notar o pulsar sincero desse teu coração de ouro; e não só notar, mas também preservá-lo com toda a paciência necessária pra que a tua esperança não seja perdida.
Lembra, também, daquela vez que te disse que se eu pudesse, pegaria toda essa tua dor pra mim? Bom, era verdade. Se pudesse, suportaria esse medo por ti, guria, suportaria sem nenhuma objeção; já me senti triste o suficiente pra pensar que se somasse tua tristeza a minha, ambas desapareceriam.
Já pensou? Seria uma maravilha...
Ou ao menos, chegaria bem perto.
Mas a vida insiste em se fazer de teimosa e fica de sacanagem com os nossos sonhos, não é? Ela nunca se contenta a colaborar com as nossas expectativas.
Mas que seja, pequena. Um dia a gente chora de alegria e tira sarro dessa vida caturra.
E se a vida não colaborar, juro que rodo o mundo e sequestro a felicidade pra ti, nem que tenha de arrastá-la pelo Atlântico de Coimbra até São Paulo, a trago pra ti e isso é uma promessa.
Juro de mindinho.
- Bruna, a preta.
segunda-feira, 9 de julho de 2012
- você também não conheceu Chatterton
Preciso de livros velhos.
Muitos livros velhos com cheiro de pó e coisa guardada.
Preciso de um cigarro; mesmo não fumando, mesmo só querendo ver a fumaça subir ao teto em sua dança de perdição.
Preciso de conhaque; mesmo não bebendo. Conhaque pra encher o cômodo de poesia boêmia.
Falando em boêmia, preciso de bossa. Bossa, MPB, Seu Jorge e algumas das Carolinas. Quem sabe um deles não traz o cigarro e a bebida? Dessa vez, pode ser até aquele whiskey barato do bar da esquina.
Quem sabe algum deles não traz a poesia também? Pelo menos, dos versos, me embriago sem culpa.
Preciso de lençóis brancos, preciso da poeira levitando à retina, à invasão da luz esmaecida que insiste em fazer companhia.
Será que ela também não sabe que não sou uma anfitriã. digamos... condescendente?
Será que não sabe, que além de vadia, encontro-me insana?
Você sabia. Mas também, o cheiro forte da minha alma suja provocava ânsia na tua conduta jamais condenada.
Meu pecado sôfrego ultrapassava teus limites doutrinados.
E você foi embora.
Escolha prática. Adiou teu prazo de absolvição.
Tudo que não preciso é da tua inocência de merda.
E já que não me condeno como você disse, fico aqui à companhia daqueles que desconhecem meu comportamento hediondo; fico com os livros velhos e discos riscados.
O conhaque não tenho, estava caro. E esquece o whiskey, nunca conseguiria tomar aquela merda sozinha mesmo.
Mas, quem sabe, não arranjo o cigarro?
Cigarro ou qualquer outra coisa que adiante minha ruína; infarto ou suicídio, foda-se.
Na cova não irá fazer tanta diferença.
- Bruna, entre vil e miserável
quinta-feira, 5 de julho de 2012
- coisa linda é gente que nunca se viu, se abraçando.
Minhas superstições são poucas mas quando é dia de jogo, faço questão de não assisti-lo.
Vai saber se o meu azar incontestável não impregna no time?
Mas, tudo bem, quando se é corinthiano, não há necessidade alguma de acompanhar a transmissão; os rojões e o aperto no peito já revelam que mais uma bola balançou a rede.
Bola que saiu dos pés de algum jogador alvo e negro.
Aí, o resto do mundo aparece expondo a realidade: "ah, vocês não ganham nada com isso", ou "é perca de tempo esse seu fanatismo ridículo".
Porém, alguém me responda: não seria fanatismo também uma outra forma de amor? E uma das mais puras, diga-se de passagem, pois mesmo conscientes de que nossa fidelidade talvez nunca nos renda lucro, damos o sangue ao soltar o nosso grito de vitória.
E choramos também, quando o final do segundo tempo não é como esperávamos.
Mas, que seja. Não há nada mais prazeroso do que olhar orgulhoso e poder dizer que somos campeões.
Loucos, burros, fanáticos, tanto faz. Pra esse orgulho que cresceu em nosso peito não há nada que pague.
Claro, sou inteligente, reconheço sim que há coisas mais relevantes com o que se importar.
Mas, também, sou corinthiana. E por que não, ao menos essa noite, deixar as vergonhas de lado e abraçarmos uns aos outros, desconhecidos ou irmãos, e comemorarmos algo tão... bobo?
Por que não, só essa noite, acordar a vizinhança gritando "É CAMPEÃO!"?
Por que não, ao menos essa noite, unirmos o nosso amor (ou fanatismo) e fidelidade, e compartilharmos uns com os outros algo que deveria ser dividido todos os dias?
Enfim, para aqueles que juntos sofreram piamente a cada passe de bola: ganhamos.
Finalmente.
E, para aqueles que se dedicaram as críticas e outras piadas: obrigada.
Sim, obrigada. Mas o ato de levantarmos mais uma taça não servirá de tapa na cara de ninguém; será um abraço bem forte e cheio de orgulho para que, ao menos uma vez, vocês possam sentir o pulsar fiel de um coração corinthiano.
E essa noite, até eu que não sou católica nem nada, vi São Jorge derrotando um dragão na lua singela que passeava pelo céu.
- Desculpe, também sou corinthiana.
Bruna
quarta-feira, 4 de julho de 2012
- Mais um pouco de drama
Bom, faz um bom tempo que não escrevo. Faz um bom tempo que não tenho inspiração.
Em meio a toda essa merda em que eu transformei a minha vida, decidi parar nesse momento e pensar no porque.
O porque afinal só eu sei, e se eu tentar explicar ninguém nunca vai entender.
Por incrível que pareça já fui uma pessoa normal, como fui virar o que sou hoje ? é, só eu sei.
Outros podem tentar me dizer como foi, tentar explicar como se fosse pra si mesmo, não adianta. Repito, só eu sei.
Só eu sei toda a dor que eu mesma me fiz passar, todo o mazoquismo, todo o teatro. Sou falsa ? não, eu só tento, com o sentimento mais puro, ser uma pessoa melhor, pois é, não consigo.
Faço drama ? sim, pode se dizer que sim, mas no fundo todo o drama que eu tento passar é real. Se eu me acho uma merda ? no momento sim, no momento eu sou, eu simplesmente mudo de opnião a cada segundo.
Te odeio ? daqui 5 minutos posso te amar. Sinto sua falta ? em menos de 1 minuto posso não sentir. Isso parece algo bom não é ? pois não, seria se eu controlasse.
Eu sei, isso está totalmente sem sentido né ? como eu disse, só eu sei.
Decidi parar por um segundo e fazer de mim mesma a inspiração, deu nisso.
Queria poder falar de mim, contar o que eu penso que sou, mas, como eu disse, eu mudo, mudo constantemente, e isso me mata, ou melhor, está me matando. Drama ? sim, mas é o que eu sinto.
Tudo isso simplesmente porque me sinto uma merda, e a unica certeza que eu posso dar, é que não vou fazer absolutamente nada pra melhorar, nunca faço.
Só sei que isso tudo é sincero, pelo menos nesse minuto.
-FICTION
terça-feira, 3 de julho de 2012
- linhas sobre os fins e os meios
Tu gostavas das rimas e eu dos poemas.
Preferias o destino do trem e eu as árvores que corriam pela janela.
Ouviras o último acorde enquanto eu ainda apreciava o solo.
Sentias o frio que persegue a despedida enquanto eu perseguia o instante daquele teu primeiro abraço.
Tu és feito de fins e eu de meios.
E quando teu fim chegou e saudades tuas atravessaram as flores da lápide, meus meios se foram com as tuas lembranças.
Minhas lembranças adornaram-me as memórias, enfeitando-as com a tristeza do teu último sorriso.
Sorriso o qual, nunca há de terminar.
- Bruna, a mórbida
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